Comunidade São Remo
Situa-se no Municipio de São Paulo, no bairro do Butantã, na zona oeste de São Paulo.
Há mais de 40 anos a comunidade começou a se formar em um terreno que pertence à Universidade de São Paulo, nesta época haviam cerca de 500 famílias. Hoje a comunidade possui mais de 9.000 habitantes.
Segmentação da população
2,5 % idosos
37,5% adultos (12,5 % homens, 25 % mulheres)
25 % adolescentes e jovens
35 % crianças
Expectativa de vida
75 anos
Maior causa de mortes na comunidade
Doenças crônicas
Histórico da conquista da infra-estrutura na Comunidade e sua situação atual
Água
Segundo relato de antigos moradores, há trinta anos a água era retirada de uma bica, onde atualmente está localizado o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.
Na época existia um morador, este tinha uma carroça com que fazia entregas de água para os moradores em troca de uma “caixinha” – valor simbólico pela prestação de algum serviço.
A água encanada e tratada pela Sabesp (Sistema de Abastecimento do Estado de São Paulo) somente chegou na comunidade no ano de 1982. O serviço foi instalado após muitas reivindicações dos moradores e movimentos populares organizados juntamente com favelas da região.
Hoje todas as casas da comunidade possuem água encanada.
Energia elétrica
No início da construção da comunidade os moradores usavam luz de vela, lampião de gás e “gambiarra” – ligação ilegal, feita diretamente dos postes de energia elétrica.
A energia elétrica somente chegou no ano de 1982, conquistados também através de movimentos populares das favelas da região. Hoje, todas casas possuem energia elétrica, porém muitas ainda são devido às gambiarras.
Rede de esgoto
Até 1992 o esgoto das casas eram despejados em céu aberto ou em fossas – aberturas profundas no solo para depósito de esgoto. As fossas causavam muito constrangimento aos moradores, o calor aumentava o mau cheiro. O esgoto a céu aberto também trazia problemas como doenças e ratos.
Após a reivindicação de moradores em 1992 foi instalada a rede de esgoto. Mesmo com a instalação da rede de esgoto ainda existem problemas com o mesmo. Por falta de recursos ou desconhecimento, alguns moradores fazem instalações inadequadas para o escoamento do esgoto ocasionando vazamentos a céu aberto.
Além disso tem um "riacho" na parte de baixo" da comunidade.
Asfalto
Até 1992 os moradores da comunidade enfrentavam problemas com a falta de asfalto. As ruas eram de terra, os moradores contam que para ir trabalhar era necessário trocar os sapatos ao chegar no asfalto. Algumas medidas foram tomadas para tentar remediar a situação como cimentar os becos e portas das casas. Hoje quase todas as ruas são asfaltadas.
Moradias
Após a chegada de água, energia elétrica e esgoto as casas da comunidade começaram a substituir sua construção de madeira por alvenaria. A reconstrução das casas valorizou as mesmas e também aumentou os cuidados dos moradores com higiene, saúde, etc.
“Ter uma casa de alvenaria deixa as pessoas mais preocupadas com a limpeza e também aumenta sua auto-estima ao ter uma condição de moradia melhor”, comentou uma moradora em pesquisa sobre a história da comunidade.
A partir daí os moradores passaram a procurar outras melhorias para suas moradias como colocação de cerâmicas, pintura, etc.
Educação
Os moradores da comunidade possuem um baixo nível educacional, sendo a maior parte da população semi-analfabeta. Isso porque a maioria dos moradores trabalham para a aquisição de seu sustento
faltado tempo para se dedicar ao estudo. Além disso, muitos moradores preferem executar o trabalho braçal, por falta de qualificação profissional ou o comodismo e a mentalidade de que não compensa estudar, pois não vão conseguir outro trabalho.
Essa mentalidade tem afetado a crianças que desde cedo desinteressam em freqüentar a escola.
Situação educacional na comunidade
Crianças do ensino fundamental I
Idade correta para o término: dez anos de idade.
Porém uma parcela das crianças somente consegue terminar com doze ou treze anos de idade
Muitas crianças passam para o nível do ensino fundamental como semi-analfabetos
Adolescentes e jovens no ensino fundamental ciclo II
Idade correta para o término: quatorze anos de idade.
Porém se pode encontrar jovens com dezesseis ou dezessete anos que ainda não concluíram o ensino fundamental ciclo II
Terminam o ensino fundamental ciclo II carregando muita defasagem e ao ingressarem no ensino médio muitos desistem de estudar.
Adolescentes e jovens no ensino médio.
Idade correta para o término: dezessete anos
Nem todos os jovens conseguem concluir o ensino médio, os motivos são vários: ingresso no mercado e trabalho, desistência, falta de incentivo.
Dos estudantes matriculados no ensino médio, poucos conseguem sair preparados para prestar vestibulares em universidades públicas. A alternativa para estes jovens são os cursos preparatórios para o vestibular.
Universitários
Dos jovens que cursam a universidade, a maioria só conseguiu ingressar após completarem mais de 25 anos. Os motivos são: falta de recursos financeiros, defasagem escolar que dificulta a entrada em uma universidade pública e necessidade de priorizar o trabalho deixando o estudo em segundo plano. Outro fator que contribui para a entrada tardia do jovem na universidade é que os mesmos só percebem a importância do ingresso na universidade após verificarem que precisam ter uma formação melhor para mudar de emprego, aumentar seus salários, etc.
No total existem 17 jovens que cursam o ensino superior, destes 17 somente um estuda em universidade pública, os demais são alunos de universidades particulares na condição de pagantes ou bolsistas.
Formados ou graduados
Somente contamos com um morador formado na faculdade de educação fisica UNIP
Melhorias na comunidade
As melhorias de infra-estrutura, educação e saúde na comunidade se deram a partir dos anos noventa. Com a chegada do asfalto, muitos moradores começaram a investir na melhoria de suas moradias.
Infra-estrutura, Melhorias feitas a partir da chegada da infra estrutura
Água
A água era retirada de uma “bica” existente no local onde atualmente o Hospital Universitário- Diminuição considerável de doenças causadas por falta de higiene.
- Compra de eletrodomésticos que facilitam a vida como: máquinas de lavar roupas.
- Aquisição de caixas d’água, diminuindo a falta de água na comunidade.
Asfalto
As ruas eram de terra e algumas tinham pedras de cascalho que duravam pouco tempo, moradores cimentavam becos e vielas para facilitar o trânsito pelo mesmo.
- Facilitação do trânsito de veículos e moradores dentro da comunidade.
- Ruas se transformam em espaços de lazer melhores, uma vez que não havia muita opção para os moradores.
- Valorização do espaço físico, moradores começaram a investir na melhoria de suas residências, substituindo as casas de madeira por alvenaria.
- Melhora na higiene das residências, porque seus moradores não traziam mais barro das ruas para as casas.
- Maior limpeza das crianças porque as ruas onde brincavam foram asfaltadas.
Rede de esgoto
As casas possuíam fossas dentro das mesmas. Durante o calor as fossas exalavam um mau cheiro. Além disso, o esgoto correia a céu aberto.
- Instalações sanitárias das residências ficaram mais higiênicas.
- Mau cheiro vindo dos esgotos a céu aberto diminuiu.
Casos de desmoronamento de chão diminuíram
Energia elétrica
Eram utilizadas: luz de vela, lampião de gás e ligações clandestinas em postes de energias próximos
- Diminuição dos riscos de incêndio causados por velas.
- Casas receberam relógio de luz, pagando a taxa mínima, assim as famílias adquirem também os comprovantes de residência.
Gostei muito, realmente, exporam os problemas da comunidade e também a falta de projetos, no caso tendo muitas mães novas.
ResponderExcluir!!!muiiiito interessante, obrigada pelas informaçoes...
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